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Quatro histórias passadas no Japão - paulo coelho |
Thursday, January 25, 2007 |
Concorrendo com os americanos
Ao visitar o Japão, para promover “O Diário de Um Mago”, peguntei ao editor Masao Masuda , por que os japoneses conseguiram conquistar mercados que antes eram dominados pelos americanos. - Muito simples - respondeu Masuda. - Os americanos tem uma idéia, trancam-se numa sala com pesquisas, tomam decisões, e gastam uma energia imensa para provar que estavam certos. Nós não queremos provar nada a ninguém: deixamos que cada ser humano manifeste suas necessidades, e procuramos soluciona-las. O resultado prático é que cada um termina comprando aquilo que já desejava antes. “Quem só deseja demonstrar que está certo, termina por agir errado”.
O verdadeiro respeito
Durante a evangelização no Japão, um missionário foi preso por samurais. - Se quiser continuar vivo, amanhã terá que pisar a imagem de Cristo, diante de todos - disseram os guerreiros. O missionário foi dormir, sem nenhuma dúvida no coracão: jamais cometeria tal sacrilégio, e estava preparado para o mártirio. Acordou no meio da noite, e ao levantar-se da cama, tropeçou num homem que dormia no chão. Quase caiu para trás: era Jesus Cristo em pessoa! - Agora que já pisou em mim, vá lá fora e pise na minha imagem - disse Jesus. -Porque lutar por uma idéia é muito mais importante que a vaidade de um sacrifício.
Destruindo e reconstruindo
Sou convidado a ir a Guncan-Gima, onde existe um templo zen-budista. Quando chego lá, fico surpreso: a belíssima estrutura está situada no meio de uma imensa floresta, mas com um gigantesco terreno baldio ao lado. Pergunto a razão daquele terreno, e o encarregado explica: -É o local da próxima construção. A cada vinte anos, destruímos este templo que voce está vendo, e o reconstruímos ao lado. “Desta maneira, os monges carpinteiros, pedreiros e arquitetos, tem possibilidade de estar sempre exercendo suas habilidades, e ensina-las - na prática - aos seus aprendizes. Mostramos também que nada na vida é eterno - e até mesmo os templos estão num processo de constante aperfeiçoamento.”
A medida do amor
- Sempre desejei saber se era capaz de amar minha mulher como o senhor ama a sua - disse o jornalista Keichiro a meu editor Satoshi Gungi, enquanto jantávamos. - Não existe nada alem do amor – foi a resposta. - É ele que mantém o mundo girando e as estrelas suspensas no céu. - Sei disso. Mas como vou saber se meu amor é grande o suficiente? - Procure saber se você se entrega, ou se você foge de suas emoções. Mas não faça perguntas como esta porque o amor não é grande nem pequeno; é apenas o amor. “Não se pode medir um sentimento como se mede uma estrada. Se você fizer isso, vai começar a comparar com o que lhe contam, ou com o que está esperando encontrar. Desta maneira, sempre vai escutando uma história, ao invés de percorrer seu próprio caminho.” |
posted by iSygrun Woelundr @ 12:55 PM |
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